"thereza tem um anel.
e o anel de thereza tem um brilhante deste tamanho.
um brilhante lindo, tão puro, que parece uma grande gota de orvalho cristalizada.
tão lindo, tão puro que parece chocante avaliá-lo, comprá-lo a dinheiro.
principalmente a cruzeiros.
por muito favor, pedir-se-ia avaliar o anel de thereza em dólares.
que digo? nem dólar. só libra. e libra ouro, bem novinha.
essa concessão é necessária porque não é possível avaliá-lo em orvalho.
ou em lágrimas brilhantes.
thereza não usa o anel por exibição.
para ela, ele vale por sua beleza e como delicada prova de amor.
talvez represente uma gota do mar que narcílio pinta e que quis lhe oferecer engastado em um anel.
pode gostar que o apreciem, até que o invejem, nunca que o avaliem.
mas thereza tem outras jóias.
e das outras ela gosta de falar.
sem ser cornélia graco, ela tem muito gosto em apresentar as outras jóias do seu tesouro.
e como gosta de falar nelas!
e como gosta de falar delas!
querem vê-la feliz, peçam-lhe notícas dos filhos, peçam-lhe que fale deles, que conte história da vitória de cada um deles, admirem com ela a bela coleção de taças por eles conquistadas,
peçam para ver a dezena de medalhas conquistadas por cada um.
só viena tem mais de cinquenta.
esta semana ela anda especialmente eufórica, transbordando felicidade.
os seus campeões voltaram do sul, como diz a cantiga, "coberto de glória" e reno trouxe consigo o troféu da vitória.
o título máximo da sua categoria no tênis brasileiro: voltou campeão brasileiro de tênis na categoria juvenil.
uma vitória conquistada, sabe deus com que sacrifício, pois reno mal se refizera de um acidente que lhe trouxera o pulso engesssado até as vésperas da viagem.
e thereza ainda está mais contente porque essa vitória do reno conseguiu o milagre de sacudir o costumeiro torpor nacional pelos milagres dos santos da casa.
finalmente estão dando a reno o que é de reno.
e thereza que não fala de si, que não gosta de falar sobre seu anel, anda muito feliz, numa roda viva, a reponder a pergunta dos repórteres, admiradores e simples curiosos, não só sobre reno,
mas sobre viena e lorena também.
e possivelmente achará um jeitinho de encaixar na conversa a caçula luanda,
para quem já reservou lugar na coleção de troféus que enfeitam o atelier de narcílio."
artigo escrito pela colunista Bernadette, em 27 de junho de 1965.
falando de vovô, vovó, seu anel e filhos (mamãe e tios).
domingo, 29 de março de 2009
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Buuuuuuuuu, amei!
ResponderExcluirCaramba, chorei.
:************
querida
ResponderExcluirque belas cartas, todos os olhos
reluzindo puros
flores
que lindo!
ResponderExcluirlinda!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBernadette me deu minha primeira cachorrinha de nome "Sabor"!
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